quarta-feira, 14 de julho de 2010

Amor e Sangue!


         Olá. O meu nome é Cassie Corvinus e tenho 18 anos. Quer dizer, aparento ter 18 porque na realidade tenho 200anos. Parecem muitos anos não é? Mas não se preocupem, ainda sou muito jovem para o meu povo. Vocês devem estar a pensar que sou vampira certo? Acertaram. Sou mesmo.
         Princesa Cassie, do reino do país da Lua. A minha família reina estas terras desde sempre, então tenho o dever de ajudar estas pessoas tão amáveis e prestáveis.
         Pronto, deixando-me de rodeios, vou-vos contar um episódio da minha vida, onde vão perceber que o amor e a vontade de cravar os dentinhos em quem amamos têm muito em comum.
...

         Acabei de acordar, com uma preocupação persistente. Será o meu corpo a pedir algo que a minha mente e o meu instinto selvagem insistem em querer?
         Sexo. Será sexo? Ou simplesmente a vontade de cravar os dentes na veia jugular de Kripton (meu namorado que, apesar de ser do país adversário, tem apenas 19 anos e é lindo de morrer)?
         A minha mãe. Preciso falar com ela sobre isto.
         Saí do quarto e fui até à sala, onde ela se encontrava junto ao piano, a tocar uma linda melodia.
                   -Passasse alguma coisa mãe? Estás feliz com o quê?
                   -Feliz porque tenho uma família maravilhosa. Duas filhas lindas e um marido magnífico. Não posso pedir mais nada.
                   -Mas não é só isso, acertei? Há mais qualquer coisa.
                   -A tua irmã vai-se casar com o Raphaely, finalmente.
         Dei uma gargalhada, que ecoou por toda a sala.
                   -Finalmente andaram com a história do casamento para a frente.
                   -Mas há mais.
                   -Mais? Então?
                   -Hum... Não sei se te deva contar. Ahahah
                   -Oh mãe, não me faças isso. Conta.
                   -Estou grávida, de um rapaz. - Sorriu.
                   -Oh Meu Deus. Estou tão feliz por ti mãe. Estava a ver que não me davas um mano.
         Finalmente as coisas lá em casa estavam a correr bem, menos para o meu lado. Aquele sorriso que fiz à minha mãe, desvaneceu.
                   -O que se passa contigo filha? Parece que não ficaste contente com as notícias.
                   -Mãe, a necessidade está a tornar-se cada vez maior. O meu corpo está a pedir algo que nunca pedira antes. E eu não quero, pelo menos para já.
                   -Estás a falar de que necessidade? Sangue ou relações sexuais?
                   -As duas. Elas vão dar cabo de mim.
                   -Mas ainda não confias no Kripton o suficiente para terem  relações?
                   -Claro que tenho mas sabes que as relações implicam beber sangue e ele ainda não passou pela transição. Posso matá-lo ao tentar beber dele.
                   -Pede ao teu pai.
                   -Achas mesmo? O pai é teu, não meu. E sabes que para ficar bem durante muito tempo, temos de nos alimentar da pessoa que amamos, não do nosso pai.
         A minha mãe calou-se durante instantes, perecendo estar a pensar em algo.
                   -Pede ao Kanji. O sangue dele deve ser forte o suficiente para aguentares até à transição de Kripton.
                   -Boa ideia, vou pedir-lhe. Obrigado pela dica mãe. Vou lá agora.
         Fui até às traseiras da mansão, onde se encontravam os 6 dragões. Ao chegar lá, levantei a mão até tocar em Kanji. As suas escamas estavam… macias. Apetecia-me continuar a tocar.
                   “De que precisas C.?”
                   “Sangue Kanji. Preciso de sangue.”
         Kanji chegou-se mais a mim e colocou o seu pescoço perto da minha boca.
                   “Bebe o que necessitares.”
         Hesitei por instantes mas, a fome por sangue já era tanta que não resisti em cravar os meus dentes nele.
         Ficamos assim, durante uns minutos. Os meus olhos mudaram, a minha sede estava a ser saciada e Kanji. Kanji estava com dores. Tinha de parar. Não o queria magoar mais.
         Tirei a boca do seu pescoço, lentamente para não o magoar.
                   “Ainda com fome?”
                   “Não Kanji. Obrigado por me fazeres este favor.”
                   “De nada.”
         Dei-lhe um beijo e voltei para dentro de casa, para o meu quarto. O meu calmo e acolhedor quarto.
         Passaram-se dois dias, e ainda não tinha fome. Fico descansada porque assim sei que Kanji me pode alimentar.
         Alguém bateu à porta. Esta abriu-se.
         Era a minha mãe.
                   -O jantar está pronto. Despachem-se.
                   -Estou só a acabar de me arranjar Samantha.
                   -Está bem Kripton. Não demorem.
                   -Não demoramos mãe.
         A porta fechou-se.
         Estava a pentear-me quando Kripton saiu da casa de banho.
                   -Uau. Estás lindo Krip.
                   -Tu é que estás linda meu amor.
         Corei. Kripton estava sempre a elogiar-me. Começava a habituar-me a eles mas, corava sempre.
                   -Pronto?
                   -Vamos.
         Saímos do quarto e descemos as escadas até ao salão. Lá encontrava-se toda a família, como era de esperado.
         Ao chegarmos, dirigiram-se todos para a sala de jantar.
         Todos comeram com satisfação, à minha excepção. Algo não estava bem com o meu estômago. Estava às voltas, como se tivesse comido algo estrgado.
                   -Não comeste nada meu bem. Que se passa?
                   -Não é nada Kripton, estou só enjoada. Devo ter comido alguma coisa estragada.
                   -Vamos para o salão? – Questionou a minha mãe.
         Levantamo-nos e fomos para lá. Todos conversaram sobre tudo. Tudo foi tema de conversa entre eles.
                   -Ainda estás indisposta Cassie?
                   -Sim mas isto passa daqui a pouco.
         Foi questão de segundos para Kripton virar as costas e eu começar a vomitar. Sangue. Era o sangue que bebi de Kanji à dois dias atrás.
         Não funcionou. O sangue dele não é compatível comigo. E agora? O que me irá acontecer?
                   -Cassie, filha. – A minha mãe estava aterrorizada. – O sangue dele não deu resultado. Merda
                   -Que se passa com ela Samantha?
                   -Ela bebeu à dois dias, do Kanji mas, o sangue dele não serve. E quando o sangue não serve, nós rejeitamo-lo desta forma. Só há um sangue que nos sacia por completo.
                   -E qual é? Eu quero arranjá-lo para ela.
                   -É o sangue da pessoa que gostamos Kripton, ou seja, tens de ser tu a dar-lhe o sangue.
                   -Não! Mãe, sabes que eu não posso. Eu posso esvaziá-lo por completo.
                   -Eu não vou deixar querida, prometo. – Ele subiu a manga da camisola e colocou o seu pulso junto da minha boca. – Agora bebe.
         Os meus olhos tomaram cor azul. Cor de satisfação. Finalmente. Ia ser hoje mas, com o risco de o matar.
         Bebi, bebi durante pouco tempo, para me conseguir controlar mas, estava a tornar-se difícil, uma vez que o sangue dele era tão bom, tão doce.
          Separei a minha boca do seu pulso, para que não acontecesse nada de grave.
                   -Graças a ti, posso continuar viva. Sem ti já não era nada. Obrigado. Amo-te.
                  

                   Agora é a vossa vez. Podem continuar esta história ou fazer uma nova. Mandei-me as vossas ideias para que eu possa expressá-las da melhor forma que conseguir. *